“Audiência debate alternativas para melhorar atendimento de ortopedia e traumatologia no SUS”

As dificuldades e mesmo a precariedade no atendimento por parte do Sistema Único de Saúde (SUS) em especialidades como a ortopedia e a traumatologia foram temas de audiência pública realizada no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Paraná na manhã desta terça-feira (12), conforme proposição do deputado Pastor Edson Praczyk (PRB). Membros da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia estiveram presentes na reunião, que contou ainda com a participação do deputado Delegado Rubens Recalcatti (PSD).

De acordo com o presidente da sociedade médica, Renato Raad, as filas no atendimento de consultas e cirurgias eletivas acabam, muitas vezes, ficando em segundo plano, em razão dos procedimentos de urgência e emergência nos hospitais. “Estamos encontrando muitas dificuldades. O número de pacientes está aumentando cada vez mais, por situações recorrentes de acidentes de todas as ordens e que são prioridade no atendimento, em razão do risco para a vida. Com isso, os pacientes eletivos acabam tendo que esperar por muito mais tempo”.

O posicionamento da entidade foi reforçado pelo 1º vice-presidente, Márcio Pozzi, e pelo 2º vice-presidente, Eduardo Murilo Novak, que também relataram os desafios no cotidiano do atendimento hospitalar. “Queremos que o Estado também nos auxilie. Temos os pacientes de emergência e os ambulatoriais. E a emergência vai ocupar o lugar de quem está na fila. 83% das situações são de emergência”, afirmou Pozzi. Segundo ele, é preciso melhorar o atendimento para o paciente eletivo, que atende no hospital Evangélico.

Para Eduardo Novak é importante que a população também tenha consciência e cuidados mais elementares no dia a dia. Ele ressaltou o exemplo do tapetinho, que muitas vezes é a causa dos acidentes domésticos. “Não é raro, muito pelo contrário. Temos com muita frequência aquela senhora que tropeçou ou escorregou no tapetinho do banheiro e fez uma fratura. É, evidentemente, uma situação que recomenda maior cuidado”, ponderou o médico.

Além da falta de equipamentos de raio x, de próteses e órteses, o excesso de pacientes, falta de leitos para atendimento e baixa remuneração aos profissionais médicos que atendem pelo SUS, a necessidade de maior integração no sistema de agendamento de consultas foram algumas das situações relatadas na audiência, que contou igualmente com as contribuições sobre a realidade no atendimento pelos médicos Mauro Superti, chefe do serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Universitário Cajuru; e Ricardo Falavinha, membro da Comissão de Ensino e Treinamento da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.

ENCAMINHAMENTO
Para o deputado Edson Praczyk, a audiência pública é uma forma de elencar algumas sugestões para aperfeiçoar o atendimento da população, a partir de um debate amplo no Legislativo. “Trazer a discussão na Casa para uma causa importante é viabilizar algumas alternativas dentro daquilo que cabe ao Poder Legislativo, nas suas competências. Mas instado a participar, posso dizer que a Assembleia sempre contribui para auxiliar na resolução das demandas. Por isso, esta audiência é importante para ouvirmos algumas sugestões e conhecermos mais profundamente a causa”.

A formalização de um documento com as reivindicações dos médicos deverá ser encaminhada ao Poder Executivo, por meio da Secretaria de Estado da Saúde. Na opinião do deputado Delegado Recalcatti, é preciso maior engajamento numa política de prevenção de traumas, como forma de minimizar o impacto das demandas na saúde pública. “Vejo que existem grandes dificuldades. O poder público pode auxiliar com campanhas educativas e de orientação sobre acidentes. Isso ajuda muito, porque também estamos trabalhando com o lado preventivo”.

Outra definição na audiência foi pela recomendação para que as Câmaras Municipais possam também abrir o debate sobre o tema com os profissionais médicos, por sugestão do presidente do PRB de Curitiba e vice-presidente estadual da legenda, Aroldo Martins, que também esteve presente no encontro. Fonte: Jornal do Oeste