“Escola sem Partido”

Não é o debate sobre sexo, política ou religião nas escolas que me preocupa, mas a forma que estes temas são abordados como verdade absoluta e única, algo precisa mudar para que os alunos não sejam coagidos a aceitar determinadas afirmações como se não existissem outros pontos de vistas.

Quando no Plano de Educação a “Ideologia de Gênero” foi discutida em nível municipal, estadual e federal a expressão teve que ser suprimida do texto, justamente porque não há consenso que determinados assuntos devam sair da prerrogativa exclusiva dos pais, avós e tutores ensiná-los.

O exemplo prático da complexidade do assunto pode ser vista na recente prova do Enem, que trouxe a seguinte afirmação: “Ninguém nasce mulher”, ora se ninguém nasce mulher ou homem, porque tenho que aceitar que só o homossexual nasce homossexual? Essas afirmações não devem ser questionadas? Antes de serem apresentadas como única verdade?

O que tem acontecido na prática, é a tentativa de se enfiar goela abaixo dos nossos filhos ensinamentos não condizentes com a realidade. A família tem que ser a única detentora de ensinar determinados temas.

Tenho conhecimento de um caso de uma menina que não aceitou o tema de redação de sua escola “Que menino NÃO tem que brincar de carrinho e menina NÃO tem que brincar de boneca”, fora orientada pelo professor que caso não concordasse com esta afirmação era melhor não expor sua opinião.

No meu entendimento todos os 54 parlamentares devem colaborar para aperfeiçoar o projeto e não simplesmente barrá-lo.

Há relatos até de professores que pretendem abandonar a profissão por não concordarem com certas questões que são aplicadas em sala de aula, o que também acontece com ao alunos que não são obrigados a aceitar questões das quais não concordam.

Finalmente finalizo que o projeto não é da bancada evangélica da Assembleia Legislativa, e sim de diversas siglas partidárias que se uniram em prol do único objetivo, preservar as nossas crianças e adolescentes do assédio político partidário, religioso e de ideologia de gênero, além de preservar o direito dos pais de darem a sua própria educação moral.