Mais uma vez votei CONTRA o chamado pacotaço do Governo

Foi um momento histórico da nossa democracia e fico muito feliz por ter dele participado.
O movimento dos milhares de professores que reivindicavam a retirada do projeto do governador Beto Richa, o chamado “pacotaço” foi com toda certeza um dos maiores momentos de união de uma classe, e um verdadeiro marco na história recente do Estado do Paraná.

Não apenas pelos mais de 30 mil professores e outros servidores públicos que se reuniram por quase uma semana em Curitiba, e muitos ainda estão acampados na frente do prédio da Assembleia Legislativa, mas também pela maneira de como a medida do governo mexeu com a sociedade como um todo, levando para o lado dos profissionais da educação, gente de praticamente todos os segmentos e classes sociais mudando o ritmo da cidade, envolvendo pessoas que nunca se envolveram com política, e mostrando a todos o que pode produzir uma classe unida.

No final do ano passado quando um outro pacote do governo tramitou, votei contra todos os itens pois aumentavam impostos e tarifas de centenas de produtos que fazem parte do nosso consumo diário, recebi centenas de agradecimentos e parabéns através das redes sociais e pessoalmente. Naquela ocasião entendi se as medidas fossem adotadas, seriam nocivas a população, aumentando custos, diminuindo o poder de compra das pessoas de baixa renda, e uma série de outros prejuízos que atingiriam o povo.

Desta vez não foi diferente, pois as medidas contidas neste novo “pacote” iriam trazer danos irreversíveis aos educadores, especialmente com a perda de benefícios adquiridos pela categoria há décadas. Conversando com muitos dos grevistas, pude perceber que o maior motivo de revolta, não foi só o pacote em si, mas a falta de uma discussão ampla sendo apreciado em uma “Comissão Geral”, dispensando a tramitação pelas comissões competentes da Assembleia, um assunto tão delicado, que mexe com a vida de milhares de pessoas em todo o Paraná, merece transparência.

A luta e determinação destes milhares de servidores fez com que o presidente da Assembleia encerrasse a sessão para que só após o carnaval voltasse a pauta.
Como parlamentar, não sou a favor da invasão da Assembleia por meio da violência, da depredação do patrimônio público ou privado, concordo sim com toda e qualquer manifestação pacífica. Houve um estranhamento entre grevistas e integrantes da Polícia Militar; o prédio foi esvaziado na tarde de quinta feira.

Votarei sempre com o povo e a favor do povo desde que as suas reivindicações sejam justas, como foi o caso dos professores.