Que Suplente Você Vai Escolher Em 2010?

Fonte: JORNAL O ESTADO DO PARANÁ (Curitiba) – Data: 17 de Maio de 2009

QUE SUPLENTE VOCÊ VAI ESCOLHER EM 2010?
Há sempre dois esperando atrás de cada senador

No próximo ano, os eleitores vão eleger dois novos senadores. E quase sem saber também vão escolher quatro suplentes. Cada senador eleito tem o direito a dois suplentes, que não tem seus nomes muito divulgados durante a campanha eleitoral nem depois e não aparecem na urna eletrônica. Embora permaneçam incógnitos no processo eleitoral, não raro, os suplentes assumem no lugar do titular.

Atualmente, das 81 vagas no Senado, vinte são ocupadas pelos respectivos suplentes que assumiram por diversas razões, no lugar dos titulares. A proporção tem gerado discussões sobre a necessidade de o eleitor votar diretamente no suplente para não ser surpreendido mais tarde.
No caso do Paraná, apenas um dos seis suplentes já assumiu a vaga no Senado. Foi o primeiro suplente do senador Álvaro Dias, Wilson de Matos Silva, que permaneceu, durante quatro meses no Senado quando o titular licencio-se para recuperar-se de uma cirurgia do joelho, entre abril a julho de 2007. Os demais continuam na fila de espera. O segundo suplente de Álvaro é o ex-deputado Hélio Duque.

O atual secretário do trabalho da prefeitura de Curitiba, Jorge Bernardi, é um especialista no assunto. Ele vive a condição da dupla suplência. É o suplente do senador Osmar Dias (PDT) no Senado e o primeiro suplente do PDT na Câmara Municipal de Curitiba. Já foi segundo suplente de Osmar, mas foi promovido a primeiro, após a morte, em 2003, do ex-empresário José Carlos Gomes de Carvalho, o primeiro suplente de Osmar.

Em 2006, quando Osmar passou ao segundo turno para disputar a eleição ao governo, Bernardi pensou que tinha chegado sua vez. Mas faltaram alguns votos. “Sou um suplente ao quadrado”, brincou Bernardi, que não tem dúvidas de que a indicação do suplente deveria ser feita por meio do voto popular. Ele defende a mesma regra para os cargos de vice: vice-prefeito, vice-governador, vice-presidente. “Seria necessário mudar a Constituição Federal. Seria uma forma de melhorar a imagem do suplente. Porque há sempre a suspeita de que o sujeito seja aparentado do titular ou um grande empresário que financiou a campanha do candidato” afirmou.

A opinião é compartilhada pela primeira suplente do senador Flávio Arns (PT), a assessora parlamentar Danimar Cristina Pereira da Silva. Atualmente, filiada ao PR, trabalha com o deputado Edson Praczyk. O segundo suplente de Arns é Marcio Pessati, assessor do deputado federal Dr. Rosinha. Para Danimar, o eleitor tem que saber em quem está votando para, eventualmente, substituir o senador que escolheu. “O suplente deve ser uma pessoa que tenha conhecimento de políticas públicas. Não pode ser um conhecido, um parente”, disse. Antes de ser suplente, Danimar foi vereadora em São José dos Pinhais entre 2000 e 2004 pelo PL. Danimar disse que admira o trabalho do senador Flávio Arns, mas reconhece que não teve participação até hoje como suplente. “A gente conversa, mas atuar mesmo, nunca atuei”, disse.

Já Wilson de Matos Silva acredita que o melhor modelo para definir o substituto do senador seria empossar o segundo candidato mais votado para o Senado, em caso de uma vaga, ou o terceiro, quando forem eleitos dois titulares, como no próximo ano.”Assim se faz com o deputado federal, o deputado estadual. Acredito que seria o melhor modelo”, afirmou. Matos Silva disse que não tem projeto político pessoal nos próximos cinco anos, tempo da duração de sua suplência, mas que valeu a pena os quatro meses em que substituiu Álvaro. Ele apresentou doze projetos de lei. Atualmente, Matos Silva é reitor do Centro Universitário de Maringá.