Requião culpa a imprensa na ação de Praczyk

Fonte: IMPACTO PARANÁ (Curitiba) Data: 05/março/2009

As acusações de tentativa de suborno feitas pelo governador Roberto Requião ao deputado Edson Praczyk, em 2005 continuam tramitando na Justiça e até agora apenas o ex-deputado Renato Gaúcho, foi ouvido. Gaúcho estava com Praczyk na audiência com o secretário Pisseti, quando a suposta tentativa de suborno teria se consumado.
Mesmo não tendo comparecido na última audiência o governador Requião e o ex-secretário Airton Pisseti alegaram é normal atrair rádios ligadas a deputados para incluir numa suposta licitação de “mídia técnica”. “Eles não negaram a acusação e transferiram para a imprensa a responsabilidade sobre a repercussão do assunto”, disse o advogado de Praczyk, Antonio Brito.
Mensalão.
O governador Roberto Requião em maio de 2005, durante uma entrevista a uma emissora de rádio, em Ponta Grossa, afirmou que o deputado estadual Edson Praczyk havia condicionado o apoio político a o Governo do Estado às librações de verbas de publicidade para algumas rádios que indicadas por ele. Na época o secretário de comunicação, Airton Pisseti, afirmou que o deputado havia exigido R$ 45 mil por mês.
Praczyk chegou a solicitar na época uma autorização à Assembléia Legislativa para processar o governador no Supremo Tribunal Federal por calúnia, injuria e difamação, mas ficou apenas no pedido. Foi então que ele resolveu partir para a justiça comum, onde tramita a ação contra Requião e também contra o ex-secretário da Comunicação, Airton Pisseti.
O deputado comentou que a denúncia “gratuita e improcedente” do governador não teve o menor fundamento, “mas na época me causou um tremendo estrago religioso e político”. Praczyk, que é pastor, acabou sendo punido em sua igreja em virtude das declarações do governador. “Fiquei quatro meses impossibilitado de exercer minha atividade religiosa e passei por um clima de desconfiança perante meus superiores. Mas como nada foi provado,acabei reintegrado”.
Próxima audiência.
A próxima audiência está marcada para o dia 5 de maio, às 14h na 6ª Vara Cível de Curitiba quando as testemunhas do autor e réu serão ouvidas para produzir provas ao processo. “A questão já passou pela Comissão de Ética na Assembléia Legislativa e o deputado Praczyk teve a denúncia de corrupção arquivada por não ter sido provado absolutamente nada contra ele”.
A comissão de ética foi instalada na Assembléia e colheu depoimentos dos envolvidos, incluindo deputados presentes à reunião com o secretário e líderes do governo. Porém, o questionamento ficou restrito ao pedido de R$ 45 mil; se ocorreu, quem ouviu, se há provas, testemunhas etc. A comissão abandonou, ou melhor, nem chegou a abordar o questionamento sobre o objetivo da reunião entre deputados e o secretário. E os defensores do governo passaram a divulgar a versão de que é normal atrair rádios ligadas a deputados para incluir numa suposta licitação de “mídia técnica”.
Proposta do governo.
Na época em que foi acusado, Praczyk rebateu Requião e Pisseti, dizendo que a proposta partiu do governo . O assunto virou polêmica e aos poucos caiu no esquecimento. Mais tarde voltou a ser notícia porque o deputado pediu uma autorização à Assembléia Legislativa para processar o governador no Supremo Tribunal Federal por calúnia, injúria e difamação. Uma queixa aguarda decisão.”Por enquanto está suspensa, acredito que aguardando o fim do mandato eletivo do governador, quando ele poderá ser acionado sem os privilégios do cargo”, diz o deputado, disposto a levar a ação até as últimas conseqüências.
A ação contra Requião segundo Praczyk não tem qualquer indenização proposta. “Ela vai ser arbitrada pelo juiz se a decisão for procedente”. O advogado Antonio Brito comentou que “tenho quase certeza que a decisão será considerada procedente e o juiz fixará uma pena pedagógica para jamais o governador voltar a cometer outro crime de difamação”.