A incansável busca pela verdade

A Bíblia é a Palavra de Deus ou somente a contém? Até onde podemos entendê-la como sendo verdade? Ela é a verdade ou contém verdades? Muitos fazem essas interrogações, mas são, geralmente, pessoas que não estão ligadas ao cristianismo ou ao judaísmo, ou que não têm suas crenças baseadas na Bíblia; por isso, costumam questioná-la.

Alguns, além de questionar, costumam dizer que a Escritura Sagrada é apenas mais um livro, à semelhança de tantos outros; uma obra que fala de religião e narra a história do povo de Israel. Afinal, a Bíblia é ou não é Palavra de Deus?

É a partir do entendimento do significado da Bíblia que se estabelece a fé, o dom mais importante da vida. A própria Bíblia diz que “a fé vem pelo ouvir, e ouvir a Palavra de Deus”. Depende, portanto, da maneira como vemos a Bíblia, como a interpretamos e julgamos. É a partir desse julgamento que a nossa fé é despertada ou não, ou é despertada de certa forma, com determinada ênfase.

Certa vez, Pilatos, quando estava julgando Jesus, perguntou: “Que é a verdade?” (João 18.38). Vemos, assim, o quanto o ser humano necessita do conhecimento. É próprio da sua natureza buscar conhecer as coisas; daí ser o homem um ser racional. Desde que se sabe da existência do homem na Terra ele busca conhecer a sua origem; saber de onde veio e para onde vai; o que está fazendo aqui; qual a sua finalidade neste mundo, a razão da sua existência. Nessa busca, ele se depara com vários questionamentos e várias verdades. Por isso, Pilatos, um homem comum da sua época, mas que viveu no período áureo da sabedoria e do conhecimento da filosofia grega, perguntou: O que é a verdade?

Se não houvesse um meio de se chegar ao conhecimento da verdade, então, talvez Pilatos tivesse razão na sua possível indução. Pode ser que, ao perguntar o que é a verdade, Pilatos estivesse dizendo: A verdade não existe; então, o que é verdade? A verdade é o que eu digo, o que o outro diz; não existem verdades; a verdade é relativa. É possível que ele estivesse seguindo essa linha de raciocínio. Pode ser também que estivesse perguntando com uma certa sinceridade, o que não é muito provável; é mais fácil que estivesse zombando.

Hoje, as pessoas ainda dizem “depende da verdade”, “a verdade é relativa”, “existem várias verdades”, “minha verdade pode não ser a sua verdade”, e por aí vai. Aprendemos isso até nos colégios e nas faculdades, mas se fosse assim não haveria como o ser humano entender nada deste mundo.

Se cada um tem uma verdade, e se todas são válidas e relativas, então, afinal de contas, o que seríamos? Para que pensarmos? Para que racionarmos? É claro que deve existir um meio de conhecermos a verdade, e a Deus, se partirmos do princípio de que Ele existe e criou o ser humano.

Temos que compreender primeiro que há uma verdade nEle mesmo, e depois que Ele estabelece verdades para que o ser humano possa ser orientado. O Senhor não poderia criar o ser humano, colocá-lo na Terra, fazê-lo existir e deixar que ele tateasse por aí, como se fosse uma assombração, sem saber para onde vai; buscando as coisas, sem ter uma finalidade, uma razão, um objetivo.

Deus estabelece verdades além dEle mesmo ser a própria Verdade. A partir daí cremos que a verdade deva existir e, certamente, ela existe. A Bíblia também fala nisso. O apóstolo Paulo, escrevendo a Timóteo, diz que não existe razão alguma para que as pessoas andem por aí apalpando as dúvidas e os ceticismos desta vida. Existe uma revelação desta verdade, porque se existe um Deus, e se Ele criou o mundo, então Ele teria que revelar a Sua verdade a este mundo. É uma coisa lógica, natural.

Nós, cristãos, acreditamos que existe um Deus que criou o mundo e estabeleceu um verdade para ser seguida, no intuito de que este mundo seja salvo por Ele e viva na plenitude para a qual foi criado, tal como vemos em 2 Timóteo 3.15: “desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus.”